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Os Mortos Vivos

  • Foto do escritor: Willams Guilherme
    Willams Guilherme
  • 17 de out. de 2021
  • 4 min de leitura

Você sabia que os mortos andam? Há pessoas que estão vivas fisicamente, mas mortas espiritualmente. Pois bem, a Bíblia descreve àqueles que se encontram num estado de “morte espiritual”. O apóstolo Paulo traz algumas dimensões desta morte espiritual. Está escrito: “Vocês estavam mortos em suas transgressões e pecados, nos quais costumavam viver, quando seguiam a presente ordem deste mundo e o príncipe do poder do ar, o espírito que agora está atuando nos que vivem na desobediência. Anteriormente, todos nós também vivíamos entre eles, satisfazendo as vontades da nossa carne, seguindo os seus desejos e pensamentos. Como os outros, éramos por natureza merecedores da ira” (Efésios 2:1-3 NVI). Eis as dimensões desta morte espiritual. 1) A morte espiritual é universal. Paulo diz: “Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados”. A primeira coisa que nos chama a atenção neste verso é o verbo no gerúndio “estando”. Este verbo enfatiza uma ação contínua, e ele expressa uma característica que pertence ao homem: ser pecador. Outra coisa que nos chama a atenção é a palavra “morte” no texto. Paulo descreve que todo homem está morto devido as transgressões e pecados. O único motivo que leva o homem a estar morto são os seus pecados e transgressões contra Deus. Isso é bem enfatizado no original. Mas o que significa esta morte? Até que ponto ela é prejudicial ao homem? Esta morte é uma alienação de Deus; é um afastamento de Deus; é a perda da comunhão e da presença de Deus. Esta morte representa a justiça de Deus sobre o homem rebelde; ela representa a condenação do homem que será lançado no inferno para arder e sofrer para todo o sempre. Você deseja isso? Pois é exatamente isso que terá se você estiver sem Jesus! Portanto, foi exatamente estando nós neste estado deplorável e miserável que Deus nos deu a vida. Estando nós mortos em delitos e pecados, Deus nos deu a vida. Esse ato de dar a vida quando não há vida é chamado de vivificação. Lembra do vale de ossos secos? Pois bem, é assim que Jesus faz com o homem morto. Vivificação = tornar vivo junto com Jesus. Calvino diz: “Como a morte espiritual não é outra coisa senão o estado de alienação em que a alma subsiste em relação a Deus, já nascemos todos mortos, bem como vivemos mortos, até que nos tornamos participantes da vida de Cristo; daí João também dizer: “Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora, e já chegou, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus, e os que a ouvirem viverão (Jo 5.25)”. 2) É uma rebelião ativa contra Deus. Paulo diz: “nos quais costumavam viver, quando seguiam a presente ordem deste mundo e o príncipe do poder do ar, o espírito que agora está atuando nos que vivem na desobediência” (Efésios 2:2). O verbo “viver" está na voz ativa, apontando para a ação deliberal que o homem no pecado têm para com Deus. Dia a dia o homem peca contra Deus. Ele vive segundo a ordem deste mundo e segundo satanás. 3) É uma prisão à ordem maligna do Diabo. Ainda no verso 2, Paulo descreve que os mortos espirituais estão dominados pelo diabo. Eles estão presos aos intentos dele. O verbo particípio “atuar” expressa uma ação contínua. Isso significa que aqueles que estão sem Cristo estão continuamente sob a condução do diabo. Os mortos espirituais estão sob o poder das trevas. Os espíritos malignos que procedem do diabo habitam as vidas dos pecadores (Ver: Jo 12.31; Ef 6.12; Gl 4.3). Calvino diz: “A causa de nossa corrupção deve ser encontrada no domínio que o diabo exerce sobre nós. Não se pode pronunciar uma condenação mais severa sobre a humanidade! Nossa condição, portanto, ainda que muitos vivam satisfeitos com ela (ou, pelo menos, pouco descontentes), deveria, naturalmente, causar-nos horror. Todos os que vivem segundo o curso deste mundo, ou seja, segundo as inclinações da carne, batalham sob o comando de Satanás”. 4) Suscita a justa ira de Deus. “... Como os outros, éramos por natureza merecedores da ira” (Efésios 2:3c NVI). Paulo descreve aqui que os pecadores são, por causa da sua natureza pecaminosa, filhos da ira. O pecado é uma afronta à Santidade de Deus, por isso Ele abomina o pecado. O pecado nos afasta de Deus. O verbo “ser” do texto está no imperfeito. Ele exprime uma ação contínua no passado. Paulo aqui fala da vida anterior dos irmãos efésios antes de conhecerem ao Senhor. Enquanto viviam no pecado estavam sob a ira de Deus. Como o pecado ofende a Justiça de Deus, Ele se ira. Essa ira de Deus é justa, pois, representa a justiça de Deus (ver: Rm 2.5; Ef 5.6; Cl 3.6).


O Breve Catecismo de Westminster, na pergunta 84, faz a seguinte indagação: O que merece cada pecado? Resposta: Cada pecado merece a ira e a maldição de Deus, tanto nesta vida como na vindoura (Gl 3.10; Tg 2.10; Mt 25.41).


Pensando nisso, Calvino diz: “Paulo declara a todos os homens, sem exceção, quer judeus, quer gentios (Gl 2.15-16), como sendo culpados até que sejam libertados em Cristo. De modo que fora de Cristo não há justiça alguma, nem salvação e, em suma, nem mérito. Pela expressão filhos da ira compreende-se simplesmente os que são perdidos e merecem a morte eterna. Ira significa o juízo divino; de modo que filhos da ira significa os que estão condenados na presença de Deus”. Que faremos diante destas verdades? Trago algumas aplicações: 1) A morte espiritual é uma realidade que não pode ser negada. Ela é real! Todos os que nascem no pecado estão debaixo desta maldição! O pecado é universal, a morte espiritual também! 2) A morte espiritual não é o fim para os que creem em Jesus. Quem crê em Jesus passou da morte para a vida (Jo 5.25). 3) Deus é santo e por isso abomina o pecado. Em Gênesis 3 vemos que Deus ordenou a Adão e a Eva a não comerem do fruto proibido. Mas eles não obedeceram. Por isso, receberam a devida recompensa de sua desobediência. Perceba que o pecado é de fato uma rebelião contra Deus. 4) Todos os homens que estão sob o poder do pecado estão sob o comando de satanás. 5) Quem está no pecado, além de morto, está debaixo da ira de Deus, pois, sendo Deus Santo, abomina e odeia o pecado. Até que sejam libertos em Cristo estarão debaixo da santa e justa ira de Deus.


Soli Deo Gloria!

Solus Christus!



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